Em meio ao agravamento da crise no Oriente Médio, o Irã alertou neste sábado (14) os Estados Unidos, o Reino Unido e a França para que não impeçam suas ofensivas, enquanto o exército israelense afirmou que a Faixa de Gaza se tornou uma "posição secundária" na guerra.
As Forças de Defesa de Israel (IDF) afirmaram que o foco principal se voltou para Teerã. Além disso, os militares declararam que a Força Aérea (IAF) criou uma rota segura para a capital iraniana e que caças poderão operar livremente em seu espaço aéreo.
O porta-voz das IDF declarou em um briefing ao vivo que os israelenses atingiram mais de 40 alvos na área da capital iraniana, incluindo centros de comando e infraestrutura estratégica.
"Dezenas de caças estão operando livremente sobre a capital iraniana graças aos nossos ataques iniciais. A chegada a Teerã tem amplo significado estratégico e operacional. Chegaremos onde for necessário para defender os cidadãos de Israel. Teerã não é mais invulnerável", comentou o representante, acrescentando que ao menos nove cientistas envolvidos no programa nuclear iraniano foram mortos.
O ministro da Defesa, Israel Katz, disse que o Irã "será consumido pelas chamas" se prosseguir com as ofensivas contra a população israelense.
O exército do Irã, citado pela imprensa local, garantiu que usará dois mil mísseis em seus próximos ataques contra Israel. A quantidade representa 20 vezes mais do que o número de foguetes lançados até o momento.
"De acordo com altos comandantes militares iranianos, a guerra se expandirá nos próximos dias e também incluirá bases americanas na região. Os agressores serão alvo de uma resposta iraniana decisiva e em larga escala", informou a agência de notícias iraniana Fars, citando uma "fonte informada" no país persa.
O Irã ainda alertou alguns países do Ocidente, entre eles Reino Unido e França, que atacará suas bases militares no Oriente Médio "se eles ajudarem a frustrar os ataques a Israel", informou a mídia local, citando a Reuters.
Mortos
A quantidade de mortos em ambos os países em razão dos vários ataques na região aumentou. O serviço médico de emergência israelense notificou que ao menos três faleceram, enquanto cerca de 80 pessoas ficaram feridas.
A mídia estatal iraniana, por sua vez, mencionou que 60 pessoas morreram, incluindo 20 crianças, em um bombardeio israelense a um prédio residencial de 14 andares em Teerã. Acredita-se que 10 corpos ainda estejam sob os escombros da construção.
No entanto, não foi especificado se as 60 vítimas foram incluídas no número de 78 mortos divulgado pelo enviado iraniano à Organização das Nações Unidas (ONU), Amir Saeid Iravani.
Mais ataques
Um porta-voz militar israelense, citado pela emissora Al Jazeera, afirmou que o país realizou novos ataques em direção de Teerã, enquanto as IDF anunciaram que os sistemas de defesa da nação entraram em ação em virtude de mísseis iranianos. Os militares de Israel aconselharam que a população procurasse abrigo de forma imediata.
A mídia local diz que mísseis foram vistos sobre as cidades de Jerusalém e Haifa, além de sirenes de ataque aéreo terem soado para alertar os moradores da região.
A televisão estatal iraniana, por sua vez, declarou que as forças do país lançaram a segunda onda da chamada Operação True Promise 3, afirmando que a ofensiva envolveria uma combinação de drones e "mais de 100" mísseis.
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